Dos Meus Livros

- Mas o tempo é como um feitiço. Nunca temos tanto como pensamos ter.

- É uma coisa engraçada, Markos, mas as pessoas geralmente interpretam isso ao contrário. Pensam que vivem de acordo com aquilo que querem. Mas, na realidade, o que as guia é aquilo de que têm medo. Aquilo que não querem.

Digo a mim mesmo que ando à procura de algo. Mas, cada vez mais, parece-me que ando a vaguear, à espera que alguma coisa me aconteça, algo que irá desafiar tudo, algo em direção ao qual a minha vida inteira me tem conduzido.

- Toda a gente faz batota e toda a gente mente.

"Ao contrário do que acontece na vida, por outras palavras", disse ele. "Na vida, as perguntas ou não têm respostas ou então são respostas confusas."

Diz-se que devemos encontrar um propósito para a nossa vida e vivê-lo. Mas, por vezes, só depois de termos vivido é que reconhecemos que a nossa vida tinha um propósito, e provavelmente um que nunca nos tinha passado pela cabeça. E agora que tinha cumprido o meu, sentia-me à deriva e sem objectivos.

Não estou a dizer que ela era cruel ou insensível. Já vivi muito tempo, sr. Markos, e uma das coisas que vim a constatar foi que estamos sempre munidos de uma certa dose de humildade e caridade quando julgamos o funcionamento oculto do coração de outra pessoa.

(...) suspeito que a verdade é que todos nós esperamos, contra todas as probabilidades, que algo extraordinário nos aconteça.

- (...) Somos um povo melancólico, os afegãos, não é verdade? Perdemos muito tempo com ghamkhori e autopiedade. Ficamos prostrados diante da perda, do sofrimento, aceitamo-los como parte da vida, achamo-los necessários até zendagimigzara, costumamos dizer, a vida continua. Não julgues que me rendi ao destino, estou apenas a ser pragmático. (...) Há uma coisa chamada vontade de Deus.

- Só existe aquilo que fazemos e aquilo que não fazemos.

"Porque sou tão profundamente feliz, doutor Rasul. Uma felicidade assim é assustadora." (...) "Só nos deixam ser assim tão felizes quando querem tirar-nos alguma coisa."