Dos Meus Livros

Aprendera há muito que era melhor viver só no presente, porque pensar no passado só trazia dor. Mas o presente também não era uma coisa boa em que pensar.

- Poucos nos vemos como realmente somos. - Susan encolheu os ombros. - É quase sempre preciso que alguém nos mostre.

- Acho que não há muita diferença entre a pessoa que na verdade sou e a maneira como os outros me veem - respondeu Susan, com um pequeno sorriso. - Mas houve alguém que me mostrou um relance da mulher que sempre tinha querido ser.

- Penso que a maior parte de nós se apaixona sempre pelo mesmo género de pessoa - respondeu Steven. - Mesmo sabendo qual vai ser o resultado.

Pessoalmente, não via a vantagem destas mentiras, não por causa da questão moral, mas porque, uma vez feita a confissão, ficava o assunto arrumado, não se tinha de ficar na angústia de não saber quando se ia ser desmascarado. 

- Penso muitas vezes que as pessoas que rotulam os outros como aborrecidos são os verdadeiros chatos - disse, num tom irritado. - Estão de tal maneira absortos em si mesmas que não conseguem ver nem ouvir mais nada.

- Mas o tempo é como um feitiço. Nunca temos tanto como pensamos ter.

- É uma coisa engraçada, Markos, mas as pessoas geralmente interpretam isso ao contrário. Pensam que vivem de acordo com aquilo que querem. Mas, na realidade, o que as guia é aquilo de que têm medo. Aquilo que não querem.

Digo a mim mesmo que ando à procura de algo. Mas, cada vez mais, parece-me que ando a vaguear, à espera que alguma coisa me aconteça, algo que irá desafiar tudo, algo em direção ao qual a minha vida inteira me tem conduzido.

- Toda a gente faz batota e toda a gente mente.